Liturgia Diária

A salvação que nasce do encontro solidário

Assim, a salvação brota do respeito mútuo.

Nesse sentido, a salvação, na perspectiva cristã, tem pressupostos claros.

Liturgia do Dia 2 de Março – Segunda-feira
I SEMANA DA QUARESMA
Antífona de Entrada
Como os olhos dos servos estão voltados para as mãos de seu Senhor, assim os nossos para o Senhor nosso Deus, até que se compadeça de nós. Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós! (Sl 122,2s)

Oração do dia
Convertei-nos, ó Deus, nosso salvador, e, para que a celebração da Quaresma nos seja útil, iluminai-nos com a doutrina celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Eis que encontramos a salvação quando reconhecemos Jesus presente no outro.

Leitura (Levítico 19,1-2.11-18)
Leitura do livro do Levítico.
Senhor disse a Moisés:
“Dirás a toda a assembléia de Israel o seguinte: sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo.
Não furtareis, não usareis de embustes nem de mentiras uns para com os outros.
Não jurareis falso em meu nome, porque profanaríeis o nome de vosso Deus. Eu sou o Senhor.
Não oprimirás o teu próximo, e não o despojarás. O salário do teu operário não ficará contigo até o dia seguinte.

Não amaldiçoarás um surdo; não porás algo como tropeço diante do cego; mas temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor.

Não sereis injustos em vossos juízos: não favorecerás o pobre nem terás complacência com o grande; mas segundo a justiça julgarás o teu próximo.

Não semearás a difamação no meio de teu povo, nem te apresentarás como testemunha contra a vida do teu próximo. Eu sou o Senhor.
Não odiarás o teu irmão no teu coração. Repreenderás o teu próximo para que não incorras em pecado por sua causa.
Não te vingarás; não guardarás rancor contra os filhos de teu povo. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.”
Palavra do Senhor.

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Salve Cristo, luz da vida, companheiro na partilha!

Salmo Responsorial 18/19
Ó Senhor, vossas palavras são espírito e vida!

A lei do Senhor Deus é perfeita,
conforto para a alma!
O testemunho do Senhor é fiel,
sabedoria dos humildes.

Os preceitos do Senhor são precisos,
alegria ao coração.
O mandamento do Senhor é brilhante,
para os olhos é uma luz.

É puro o temor do Senhor,
imutável para sempre.
Os julgamentos do Senhor são corretos
e justos igualmente.

Que vos agrade o cantar dos meus lábios
e a voz da minha alma;
que ela chegue até vós, ó Senhor,
meu rochedo e redentor!

Eis o tempo de conversão; eis o dia da salvação (2Cor 6,2).

Evangelho (Mateus 25,31-46)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 25 31″Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso.
Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.
Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.

Então o Rei dirá aos que estão à direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo,
porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes;
nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim’.

Perguntar-lhe-ão os justos: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber?

Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos?
Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?’
Responderá o Rei: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes’.

Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: ‘Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos.
Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber;
era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes’.

Também estes lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos?’

E ele responderá: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.’
E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna”.
Palavra da Salvação.

Comentário ao Evangelho

A salvação que nasce do encontro solidário

Como vimos, a descrição evangélica do juízo final é desconcertante.
Assim, percebemos que Jesus revolucionou os esquemas humanos ao colocar, como critério de salvação, o reconhecê-lo na pessoa daqueles cuja existência era totalmente vulnerável.

A salvação, por conseguinte, não dependeria de experiências místicas elevadas, nem de títulos honoríficos ou funções de destaque na Igreja ou na sociedade.
E, muito menos, da nobreza de origem.
Pelo contrário, a ela se chegaria por um caminho aparentemente simples: o encontro solidário com o irmão sofredor, no qual se reconhece a presença de Jesus.

Nesse sentido, a salvação, na perspectiva cristã, tem pressupostos claros.

Afinal, tudo começa com a saída de si mesmo e do próprio comodismo, para se deixar interpelar pelo outro.
Esta se dá no confronto com o sofrimento alheio.
O sentir-se motivado a ir ao encontro do outro e a fazer um gesto concreto, que supere a ameaça à vida humana, é fruto da ação da graça salvífica de Deus no coração humano.

Por isso, não-salvífico seria ficar chocado diante da situação e comovido até as lágrimas.

Ou então, ficar à procura de quem é o responsável pela situação, sem fazer um gesto concreto em defesa da vida e da dignidade ameaçadas.
Portanto, importa, apenas, o gesto de partilhar, acolher e solidarizar-se.
Pois dele, é que decorre a salvação.
Conclui-se então, que este é o caminho que se apresenta a cada cristão, para quem a salvação é um desafio.

Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a reconhecer-te no rosto daqueles cuja existência e dignidade estão ameaçadas.