Liturgia Diária

Riquezas que humanidade não quer ver

Assim, vivemos entre as riquezas finitas e as infinitas.

Dessa forma, com sabedoria, peçamos sempre a graça de escolher viver as riquezas divinas já neste mundo.

Dia 4 de Agosto – Domingo
XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM

É com muita alegria que a família Viverevangelizando.com parabeniza todos os padres por sua linda vocação pelo Reino de Deus.


Antífona de Entrada
Meus Deus, vinde libertar-me, apressai-vos, Senhor, em socorrer-me. Vós sois o meu socorro e o meu libertador; Senhor, não tardeis mais (Sl 69,2.6).

Oração do dia
Manifestais, ó Deus, vossa inesgotável bondade para com os filhos e filhas que vos imploram e se gloriam de vos ter como criador e guia, restaurando para eles a vossa criação e conservando-a renovada. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (Eclesiastes 1,2; 2,21-23)
Leitura do livro do Eclesiastes.

Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade.

Que um homem trabalhe com sabedoria, ciência e bom êxito para deixar o fruto de seu labor a outro que em nada colaborou, note-se bem, é uma vaidade e uma grande desgraça.

Com efeito, que resta ao homem de todo o seu labor, de todas as suas azáfamas a que se entregou debaixo do sol?

Todos os seus dias são apenas dores, seus trabalhos apenas tristezas; mesmo durante a noite ele não goza de descanso.
Isto é ainda vaidade.
Palavra do Senhor.

Ensinai-nos a contar os nossos dias e dai ao nosso coração sabedoria!

Salmo Responsorial 89/90
Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.

Vós fazeis voltar ao pó todo mortal
quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!”
Pois mil anos para vós são como ontem,
qual vigília de uma noite que passou.

Eles passam como o sono da manhã,
são iguais à erva verde pelos campos:
de manhã ela floresce vicejante,
mas à tarde é cortada e logo seca.

Ensinai-nos a contar os nossos dias
e dai ao nosso coração sabedoria!
Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis?
Tende piedade e compaixão de vossos servos!

Saciai-nos de manhã com vosso amor,
e exaltaremos de alegria todo o dia!
Que a bondade do Senhor e nosso Deus
repouse sobre nós e nos conduza!
Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho.

Assim, quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com ele na glória.

Leitura (Colossenses 3,1-5.9-11)
Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses.

Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus.

Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra.
Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.

Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com ele na glória.
Mortificai, pois, os vossos membros no que têm de terreno: a devassidão, a impureza, as paixões, os maus desejos, a cobiça, que é uma idolatria.

Nem vos enganeis uns aos outros.

Vós vos despistes do homem velho com os seus vícios, e vos revestistes do novo, que se vai restaurando constantemente à imagem daquele que o criou, até atingir o perfeito conhecimento.

Aí não haverá mais grego nem judeu, nem bárbaro nem cita, nem escravo nem livre, mas somente Cristo, que será tudo em todos.
Palavra do Senhor.

Felizes os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus (Mt 5,3).

Evangelho (Lucas 12,13-21)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.

Naquele tempo, disse a Jesus alguém do meio do povo: “Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança”.

Jesus respondeu-lhe: “Meu amigo, quem me constituiu juiz ou árbitro entre vós?”
E disse então ao povo: “Guardai-vos escrupulosamente de toda a avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas”.

E propôs-lhe esta parábola: “Havia um homem rico cujos campos produziam muito”.


E ele refletia consigo: ‘Que farei? Porque não tenho onde recolher a minha colheita’.

Disse então ele: ‘Farei o seguinte: derrubarei os meus celeiros e construirei maiores; neles recolherei toda a minha colheita e os meus bens.

E direi à minha alma: ó minha alma, tens muitos bens em depósito para muitíssimos anos; descansa, come, bebe e regala-te’.

Deus, porém, lhe disse: ‘Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma.
E as coisas, que ajuntaste, de quem serão?’
Assim acontece ao homem que entesoura para si mesmo e não é rico para Deus”.
Palavra da Salvação.

Riquezas que humanidade não quer ver

A liturgia deste XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM nos salienta de forma clara que vivemos rodeados de riquezas infinitas e finitas.

Dessa forma, o Evangelho nos mostra toda uma lição de desapego e de liberdade diante dos bens deste mundo, como também de partilha fraterna do que se possui.

Pois, esta postura decorre da maneira como se considera o Reino na vida do discípulo.

Afinal, o apego exagerado às riquezas denota uma forma de idolatria, que redunda no menosprezo de Deus e na opção por valores contrários aos dele.

Portanto, a opção evangélica vai na contramão da cobiça e da avareza.

Com este pano de fundo, entende-se a estranheza de Jesus diante da solicitação do indivíduo, que o pedia para intervir numa questão de divisão de herança.

Pois, como sabemos, a missão do Mestre não comportava ser mediador neste tipo de problema.

Antes, sua preocupação consistia em precaver as pessoas da busca desenfreada de bens, iludidos de poderem chegar a ser felizes, à custa da abundância de riqueza.

Diante disso, ainda hoje, não aprendemos que a posse de bens não é, necessariamente, fator de realização para o ser humano!

E, infelizmente ainda seguimos num consumismo desenfreado.
Assim, vemos que a parábola contada por Jesus pode ter-se baseado num fato conhecido de seus ouvintes.


O Mestre enriqueceu-o com elementos que ajudam a interpretá-lo.

O homem rico gastou toda a sua vida acumulando bens. Sua ambição não tinha limites.

Quando pensou ter ajuntado o suficiente, imaginou que tinha chegado a hora de beneficiar-se de sua fortuna. Enganou-se!
Foi colhido pela morte, tendo de prestar contas a Deus.

Assim sendo, é impossível enganar-se quanto à sorte eterna de quem jamais pensou em partilhar. Sendo rico para si mesmo, o homem era paupérrimo diante de Deus.

Portanto, que a através da oração diária, consigamos, com sabedoria, escolher viver bem neste mundo usufruindo da verdadeira riqueza, que é em comunhão com Cristo.

Oração
Espírito que ensina a compartilhar, purifica meu coração de toda cobiça e avareza, e ensina-me a partilhar tudo quanto recebi de Deus.