Liturgia Diária

NÃO FICARÁ PEDRA SOBRE PEDRA

34ª SEMANA DO TEMPO COMUM – SANTA CECÍLIA VIRGEM E MÁRTIR

Antífona de Entrada

Louvem as virgens o nome do Senhor, porque só ele é excelso; sua glória excede a terra e o céu (Sl 148,12ss).

Oração do dia

Ó Deus, sede favorável às nossas preces pela intercessão de santa Cecília. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura – Apocalipse 14,14-19

Leitura do livro do Apocalipse de são João.

14 14 Eu vi ainda uma nuvem branca, sobre a qual se sentava como que um “Filho do Homem”, com a cabeça cingida de coroa de ouro e na mão uma foice afiada.

15 Outro anjo saiu do templo, gritando em voz alta para aquele que estava assentado na nuvem: “Lança a tua foice e ceifa, porque é chegada a hora de ceifar, pois está madura a seara da terra”.

16 O Ser que estava assentado na nuvem lançou então a foice à terra, e a terra foi ceifada.

17 Outro anjo saiu do templo do céu. Tinha também uma foice afiada.

18 E outro anjo, aquele que tem poder sobre o fogo, saiu do altar e bradou em alta voz para aquele que tinha a foice afiada: “Lança a foice afiada e vindima os cachos da vinha da terra, porque maduras estão as suas uvas”.

19 O anjo lançou a sua foice à terra e vindimou a vinha da terra, e atirou os cachos no grande lagar da ira de Deus.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial – 95/96

O Senhor vem julgar nossa terra.

 

Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!”

Ele firmou o universo inabalável,

e os povos ele julga com justiça.

 

O céu se rejubile e exulte a terra,

aplauda o mar com o que vive em suas águas;

os campos com seus frutos rejubilem

e exultem as florestas e as matas.

 

Na presença do Senhor, pois ele vem,

porque vem para julgar a terra inteira.

Governará o mundo todo com justiça,

e os povos julgará com lealdade.

Leitura –

Evangelho – Lucas 21,5-11

Aleluia, aleluia, aleluia.

Permanece fiel até a morte, e a coroa da vida eu te darei! (ap 2,10).

 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.

Naquele tempo, 21 5 como chamassem a atenção de Jesus para a construção do templo feito de belas pedras e recamado de ricos donativos, Jesus disse:

6 “Dias virão em que destas coisas que vedes não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído”.

7 Então o interrogaram: “Mestre, quando acontecerá isso? E que sinal haverá para saber-se que isso se vai cumprir?”

8 Jesus respondeu: “Vede que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais após eles.

9 Quando ouvirdes falar de guerras e de tumultos, não vos assusteis; porque é necessário que isso aconteça primeiro, mas não virá logo o fim”.

10 Disse-lhes também: “Levantar-se-ão nação contra nação e reino contra reino.

11 Haverá grandes terremotos por várias partes, fomes e pestes, e aparecerão fenômenos espantosos no céu”.

Palavra da Salvação.

Comentário ao Evangelho

NÃO FICARÁ PEDRA SOBRE PEDRA

A imponência do templo de Jerusalém não impressionava Jesus. As belas pedras e os ex-votos que o adornavam, não passavam de exterioridade. Seu fim se aproximava.

A pregação de Jesus contra o templo situava-se na tradição dos antigos profetas de Israel, que o desmitificaram, anunciando-lhe a destruição. O templo podia vir a baixo, pois havia perdido sua finalidade, passando a acobertar as injustiças cometidas contra o povo. O Deus de Israel fora substituído pelos ídolos. Não tinha sentido acobertar com a capa da fé uma idolatria desenfreada, com sérias consequências para a vida do povo pobre.

A situação não era muito diferente no tempo de Jesus. O templo e o sacerdócio estavam sob o domínio de uma aristocracia pouco preocupada com os pobres do País. O templo não era mais a casa do Deus verdadeiro, e sim, de falsos deuses que não questionavam a injustiça cometida contra os indefesos, nem a marginalização em que se encontrava grande parte da população. Eram os deuses dos privilegiados e beneficiados pelo sistema. Portanto, não era o Deus do Reino anunciado por Jesus.

A destruição do templo eliminaria a falsa segurança religiosa de muita gente. E evitaria que se servissem do nome de Deus para acobertar maldades cometidas em nome da fé. É blasfêmia fazer o Deus verdadeiro compactuar com a injustiça.