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Terceira dose da vacina: quem vai tomar?

Terceira dose da vacina: saiba quem vai tomar o reforço contra a Covid-19

A dose de reforço vai ser aplicada nos indivíduos elegíveis que tomaram qualquer um dos imunizantes disponíveis no país

Após ter iniciado em setembro a aplicação da terceira dose contra Covid-19 em idosos e imunossuprimidos, o Brasil está expandindo a vacinação com dose adicional. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que o governo vai aplicar uma dose de reforço da vacina para toda a população acima de 18 anos.

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A aplicação será para quem tomou a segunda dose há mais de cinco meses. Além de o público ter sido ampliado, o intervalo entre aplicações diminuiu – uma vez que anteriormente o intervalo mínimo deveria ser de seis meses.

Para ajudar a entender esta nova fase, listamos algumas perguntas e respostas sobre a vacinação com terceira dose no país:

Por que é necessário aplicar a terceira dose?

A aplicação de uma dose de reforço tem sido defendida por especialistas diante da alta de infecções entre imunizados com as duas doses, como foi o caso do ator Tarcísio Meira, que morreu em agosto. Também há evidências científicas de que a proteção induzida pelas vacinas cai ao longo do tempo, o que coloca em risco, principalmente, os grupos mais vulneráveis. O avanço da variante Delta – mais transmissível – também tem colocado autoridades em alerta.

Isso significa que a vacina é ineficaz?

Não. Estudos científicos e o monitoramento da aplicação das vacinas revelam que os imunizantes contra a Covid-19 são eficazes contra o coronavírus e funcionam contra as variantes já conhecidas. Pode existir, no entanto, uma queda do nível de proteção vacinal ao longo do tempo.

Quando a dose de reforço começou a ser aplicada?

A vacinação com terceira aplicação começou no Brasil no início de setembro. O Ministério da Saúde previa o início da vacinação com dose de reforço a partir de 15, mas o governo de São Paulo adiantou o início da nova etapa para o dia seis daquele mês.

Quais grupos estão recebendo a terceira dose?

Em um primeiro momento, apenas idosos acima dos 60 anos, imunossuprimidos e profissionais de saúde receberam o reforço com a terceira dose. Em 16 de novembro, porém, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que o governo vai ampliar a imunização com dose adicional, contemplando toda a população acima de 18 anos. A intenção da pasta é aplicar o reforço em 103 milhões de pessoas até maio.

O reforço será dado só para quem tomou a Coronavac?

Não. A dose de reforço vai ser aplicada nos indivíduos elegíveis que tomaram qualquer um dos imunizantes disponíveis no país.

Qual deve ser o intervalo entre doses?

Para que uma pessoa seja elegível para receber a dose adicional, além de ter mais de 18 anos, é necessário que ela tenha recebido uma segunda dose ou dose única de imunizante anticovid há pelo menos cinco meses.

Como funciona para quem recebeu vacina da Janssen?

O Ministério da Saúde anunciou que as pessoas que tomaram a vacina da Janssen, da farmacêutica Johnson & Johnson, precisarão tomar uma segunda dose do imunizante. A aplicação deverá ser feita dois meses após a primeira dose. O reforço para essas pessoas também será feito cinco meses após o esquema vacinal completo.

Quantas pessoas já receberam dose adicional?

Ao todo, 10,7 milhões em pessoas acima de 60 anos, imunossuprimidos e trabalhadores de saúde já receberam essa dose de reforço. Pelas contas do Ministério da Saúde, outras 12,4 milhões estão aptas a receber mais uma aplicação ainda neste mês de novembro.

É preciso fazer cadastro ou já procurar o posto de saúde?

Não. No estado de São Paulo, quem já foi vacinado já está cadastrado no Vacina Já, o que desobriga a população de realizar um novo cadastro. As pessoas elegíveis podem buscar atendimento nos postos de imunização.

Quais vacinas estão sendo usadas?

O Ministério da Saúde disse que há preferência pela vacina da Pfizer, mas também podem ser usadas vacinas da Janssen ou da AstraZeneca. Deve-se privilegiar ainda, segundo a pasta, a imunização heteróloga, que é feita com um imunizante diferente do que foi aplicado nas primeiras doses.

Quais outros países já aplicam a terceira dose?

Além do Brasil, Alemanha, França e Israel já optaram pela aplicação da terceira dose do imunizante contra a Covid-19. Estados Unidos e Chile também são países que adotaram medidas semelhantes.

Decisão não passou pela Anvisa

A decisão do governo de estender a dose de reforço da vacina contra Covid-19 para adultos com mais de 18 anos não passou pelo crivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e nem pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

A Anvisa informou, em nota, que “não foi consultada sobre a ampliação da dose de reforço para todas as pessoas maiores de 18 anos”.

Queiroga disse que há “doses de vacinas suficientes” para abastecer as 38 mil unidades básicas de saúde do país. Apesar da orientação do Ministério da Saúde, o calendário de aplicação das doses depende de cada estado.

A ampliação do reforço vai facilitar as ações de reabertura ampla e irrestrita das atividades no país. Nos bastidores, porém adversários de Jair Bolsonaro afirmam que a medida, anunciada de supetão, tem caráter político, com o objetivo de impulsionar a campanha do presidente à reeleição, em 2022.

Para a Anvisa, “as discussões sobre a dose de reforço são debates técnicos que estão a todo momento em curso”. Até o momento, apenas a Pfizer solicitou alteração do esquema previsto em bula para sua vacina. O pedido apresentado à Anvisa prevê a aplicação de uma terceira dose. A solicitação está em análise na agência e pendente de complementação de dados pelo laboratório para que tenha prosseguimento.

Cabe à Anvisa mudar as bulas das vacinas a partir de pedidos dos laboratórios fabricantes. Após a entrega dos dados, a agência autoriza ou não as alterações propostas. Com autorização de uso emergencial pela Anvisa para uso em regime de dose única, a Janssen informou que nas próximas semanas submeterá dados sobre reforço para avaliação da agência sanitária.

“Os dados da vacina de dose única da Janssen possibilitam um regime de imunização capaz de proporcionar benefícios para cada indivíduo, seja quando administrada em dose única com resposta eficiente para o combate à pandemia ou como dose de reforço depois de pelo menos dois meses – com o objetivo de maximizar a proteção contra casos sintomáticos de Covid-19”, destacou em nota a farmacêutica da Johnson & Johnson.

Embora não tenha sido ouvido, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) observou que a ampliação da dose de reforço era uma demanda antiga. “Esse comunicado em específico não foi conversado com a gente, mas a gente vinha cobrando, há alguns meses, esse cronograma para 2022 e entendia que tinha mesmo de dar a dose de reforço em todo mundo acima de 18 (anos)”, afirmou o presidente do Conass e secretário da Saúde do Maranhão, Carlos Lula.

O Estadão apurou que o Ministério da Saúde tomou a decisão de aplicar mais de 103 milhões de doses adicionais até o meio do ano que vem sem ouvir também a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI). O grupo foi criado por uma portaria, em agosto deste ano, para avaliar aspectos técnicos e científicos necessários à adoção de medidas contra a doença.

O ministério não é obrigado a discutir temas com a Câmara Técnica, que é consultiva. Não há uma legislação específica que estabeleça quais assuntos devem ou não passar por esse núcleo antes de uma decisão final por parte da Secretaria de Enfrentamento à Covid ou do ministério. Médicos que fazem parte do grupo, no entanto, acreditam que teria sido de “bom tom” ter discutido a ampliação do reforço na CTAI, como foi feito com outros temas. A Saúde também decidiu sozinha, sem ouvir a Câmara Técnica, interromper a imunização dos adolescentes e vetar a vacinação cruzada, com doses de fabricantes diferentes, em gestantes.

O Brasil tem 125,5 milhões de pessoas totalmente imunizadas contra a Covid, ou 58,87% da população, segundo o levantamento do consórcio de veículos de imprensa.

A vacinação contra a Covid-19 é fundamental e a dose de reforço, também. O risco, na avaliação de especialistas, é de que a terceira dose leve a população a baixar a guarda, o que poderia levar a um novo crescimento da taxa de transmissão. O receio é de que o reforço se torne uma armadilha para o abandono do distanciamento social e das máscaras de proteção.

Agência Estado/Viverevangelizando