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Funcionários da Anvisa vão inspecionar duas fábricas de vacinas na China

Funcionários da Anvisa vão inspecionar duas fábricas de vacinas na China.

Órgão aprovou ainda um conjunto de regras que promete acelerar a distribuição de imunizantes contra o novo coronavírus.
Um funcionário trabalha durante um tour com a mídia, em 24 de setembro de 2020, em uma nova fábrica da Sinovac construída para produzir uma vacina contra o coronavírus, em Pequim

Funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vão inspecionar a partir do dia 30 de novembro as instalações dos laboratórios chineses Sinovac e Wuxi Biological, fabricantes dos insumos biológicos que serão importados para produzir duas vacinas contra o coronavírus, hoje em fase de testes no Brasil.

“O objetivo principal da inspeção é verificar se uma instalação produtiva cumpre com a regulamentação da Anvisa no que se refere às boas práticas de fabricação”, disse Ronaldo Gomes, gerente-geral de Inspeção e Fiscalização da agência de vigilância sanitária, durante conferência virtual nessa quarta-feira (18).

De 30 de novembro a 4 de dezembro, cinco inspetores da Anvisa – já em quarentena na China – visitarão a fábrica da Sinovac, em Pequim, que desenvolve o insumo biológico que será utilizado na vacina Coronavac, a ser fabricada em parceria com o Instituto Butantan de São Paulo.

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A mesma equipe vai inspecionar, de 7 a 12 de dezembro, a fábrica Wuxi Biological, a 130 km de Xangai, onde será fabricado o vetor viral que será importado pelo Brasil para a vacina do laboratório AstraZeneca e da Universidade de Oxford, que será produzida pela Fiocruz, do Rio de Janeiro.

Gomes destacou “que a Anvisa utiliza as mais modernas regulamentações sanitárias do mundo para essa verificação”, o protocolo internacional PIC/S, que é aplicado pelos órgãos sanitários dos Estados Unidos, Europa, Canadá, Japão, Singapura, entre outros.

Entre o final de dezembro e o início de janeiro, a Anvisa planeja emitir o certificado de boas práticas de fabricação, necessário para que os laboratórios importem para o Brasil os componentes que serão usados nas vacinas contra a Covid-19, explicou o responsável.

Nenhuma das duas instalações foi antes fiscalizada por um país integrante da Convenção de Inspeção Farmacêutica (PIC/S), de modo que o laudo da Anvisa já foi solicitado por “outras autoridades sanitárias internacionais”, acrescentou Gomes, sem citar quais.

Após concluída a inspeção, de “rotina” segundo Gomes, os técnicos da Anvisa tentarão emitir seu relatório no “menor tempo possível”, considerando a situação de emergência devido à pandemia.

A partir desta semana, o governo brasileiro está realizando uma rodada de negociações com as farmacêuticas Pfizer, que também realiza testes de fase 3 no país, e com a Johnson & Johnson e a Moderna, entre outras, para a eventual compra de vacina.

Com cerca de 212 milhões de habitantes, o Brasil registra quase 170 mil mortes por Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, e é ainda um dos três países com mais infectados (quase 6 milhões).

Anvisa facilita a liberação de imunizantes.

A Anvisa aprovou ainda um conjunto de regras que promete acelerar a distribuição de vacinas contra a Covid-19. O órgão agora trabalhará com a “submissão contínua”, procedimento pelo qual os dados técnicos dos imunizantes deverão ser encaminhados à agência conforme forem sendo gerados e não só ao final do processo.

A medida simplifica o processo de registro dessas vacinas, dispensando etapas, mas mantém a exigência de requisitos técnicos do produto, como “qualidade, segurança e eficácia”.

Funcionários da Anvisa vão inspecionar duas fábricas de vacinas na China.

O gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, disse não ser possível apontar ainda qual será a redução do tempo de análise. “É preciso que as empresas se comprometam”.

Mendes afirmou que a vantagem é permitir que a Anvisa antecipe a análise de partes dos estudos exigidos para o registro da vacina no país. A AstraZeneca e o Butantã já adotaram o procedimento. Os estudos pré-clínicos das drogas, feitos em animais e laboratórios, já foram analisados pela Anvisa. Pela regra antiga a agência só avaliaria os documentos no momento do pedido de registro da vacina, que ocorre após a finalização de estudos de fase 3, em humanos.

Mendes afirmou que o tempo médio de aprovação de registros de vacina pela Anvisa é de seis meses. No entanto, uma regra específica para drogas contra a Covid-19, incluindo imunizantes, obriga a agência a avaliar o produto em 60 dias.

Fonte: AFP/Dom Total