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Anvisa suspende testes da CoronaVac

Anvisa suspende testes da CoronaVac por ‘evento grave’ e Butantan se diz surpreso com decisão.

Decisão foi anunciada no mesmo dia que Doria disse que as primeiras 120 mil doses chegam dia 20; Bolsonaro voltou a dizer que o governo só vai comprar vacina aprovada pela Anvisa.

Enfermeira mostra vacina contra a covid-19 produzida pela empresa chinesa Sinovac Biotech no Hospital São Lucas, em Porto Alegre

Enfermeira mostra vacina contra a covid-19 produzida pela empresa chinesa Sinovac Biotech no Hospital São Lucas, em Porto Alegre (Sílvio Ávila/AFP)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou na noite dessa segunda-feira (9) a suspensão dos testes clínicos da vacina CoronaVac, desenvolvida entre a farmacêutica chinesa Sinovac e o Instituto Butantan, após um “evento adverso grave”. Caso não foi revelado e aconteceu em 29 de outubro. A decisão foi revelada pouco após o presidente Jair Bolsonaro, durante live em campanha política, falar que não vai autorizar compra de vacina que não seja autorizada pela agência.

A Anvisa informou em sua página na internet que, “após a ocorrência de um evento adverso grave, determinou a interrupção do estudo clínico da vacina CoronaVac”. O Instituto Butantan, responsável pelos testes no Brasil, se declarou surpreso em ter sido comunicado do evento através da imprensa e não por um comunicado oficial.

O órgão regulador informou que não poderia dar detalhes sobre o ocorrido por causa de regulamentos referentes à privacidade, mas revelou que os incidentes adversos graves incluem óbito, efeitos colaterais potencialmente fatais, incapacidade ou invalidez persistente ou significativa, internação hospitalar, anomalia congênita e “evento clinicamente significante”.

O contratempo para a CoronaVac é anunciado no mesmo dia em que a gigante farmacêutica americana Pfizer divulgou que sua vacina contra o novo coronavírus alcançou 90% de eficácia.

Butantan diz em nota que foi “supreendido”

O Instituto Butantan disse na noite desta segunda-feira (9), por meio de nota, ter sido “surpreendido” pela suspensão de estudos da CoronaVac pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), anunciada pouco antes, e que está “apurando em detalhes” o que houve para o órgão oficial ter tomado essa decisão.

A notícia vem no mesmo dia em que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que as primeiras 120 mil doses da CoronaVac chegarão ao Aeroporto Internacional de Guarulhos no dia 20. Procurado pelo Broadcast Político, o governo estadual não se pronunciou até a publicação deste texto.

Mais cedo, durante transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que o governo federal só vai comprar e disponibilizar imunizantes aprovados pela Anvisa, e descartou mais uma vez a imunização compulsória.

Laboratório chinês Sinovac se declara confiante

O laboratório chinês Sinovac Biotech afirmou nesta terça-feira (10) que tem confiança na segurança de sua vacina experimental contra a covid-19, depois da suspensão de um teste clínico no Brasil devido a um “incidente grave”.

“Estamos confiantes na segurança da vacina”, afirmou a Sinovac em um comunicado, no qual destaca que o incidente em questão não tinha “relação” com a vacina, desenvolvida entre a farmacêutica chinesa Sinovac e o Instituto Butantan.

As vacinas da Pfizer e Sinovac estão na fase 3 dos testes, a última antes de obter ou não a aprovação das autoridades reguladoras.

As duas estão sendo testadas no Brasil, o país com o segundo maior número de mortos por covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, com mais de 162 mil.

Fonte: AFP/Dom Total

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