Liturgia Diária

O coração de todos nós transbordava de alegria

O coração de todos nós transbordava de alegria

Exatamente assim aconteceu ontem na missa da Vigília de Natal. O coração de todos nós já transbordava de alegria.
Afinal, na naquela noite resplandeceu uma imponente luz que irradiava a todos nós em toda nova da igreja e em todo o mundo.
Essa luz que brilha é Filho de Deus de quem se falava o profeta Isaías que ouvimos na leitura primeira desta liturgia:
“Fizeste crescer a alegria e aumentaste em nós a felicidade”.

Por isso, o coração de todos nós se regozijava na presença do Senhor Jesus.

Afinal, o coração daqueles que acreditavam já transbordava de alegria vislumbrando este momento glorioso em que a promessa de salvação se cumpriu.
Interessante que essa alegria garante para nós que a mensagem contida no mistério desta noite provém verdadeiramente de Deus.
Não sobrando lugar para dúvida. Não há espaço para indiferença, que muitas vezes domina o nosso coração e nos impede de amar.

Dessa forma, com Jesus, o menino Deus que se encarna, torna-se verdadeiramente vivo o salvador de nossos corações.
E por isso, temos ainda mais motivos para mergulharmos cada vez mais neste mistério de fé e vida.

Hoje, o Filho de Deus nasceu e tudo, em todo o mundo mudou, ganhou vida nova.

O salvador, por sua vez, vem para se tornar participante da nossa natureza humana. Sendo assim, já não estamos mais sozinhos e abandonados.
A virgem oferece para nós o mais sagrado de todas as coisas, o seu Filho que é o princípio de vida nova.
A verdadeira luz, que vem iluminar a nossa existência, que muitas vezes estava lamiada na sombra do pecado.
Hoje, o coração de todos nós descobriu de novo quem somos. Nesta noite, forma-se portanto, o caminho que temos que percorrer para alcançar a meta.

Agora, deve cessar todo o medo, pavor, angústia, desespero e as incertezas, porque a luz nos indica a estrela para Belém.
Dessa maneira, não podemos permanecer inertes. Não podemos de forma alguma nos permitir ficarmos parados.
Temos que ir ver o nosso salvador, deitado na manjedoura.

Eis aqui o nosso maior motivo de verdadeiro júbilo e alegria.
Afinal, este menino nasceu para nós e foi nos foi dado a dádiva de com ele viver.

Há um povo, que há a mais de dois mil anos, percorre a todas as estradas do mundo para tornar viva a presença da luz divina.
A esse povo é confiada a missão de dar a conhecer o Príncipe da Paz e tornar-se um instrumento eficaz dele no mundo.
Portanto, quando ouvimos falar do nascimento de Jesus Cristo, permanecemos e deixemos que seja aquele Menino a falar, gravar em nosso coração as suas palavras sem afastar o aliviar de seu rosto.

Se o tornarmos nosso braço e nos deixarmos abraçar por Ele, dar-nos-a um coração que jamais terá fim.

Este Menino, ensina-nos aquilo que é verdadeiramente essencial à nossa vida.
Nasce na pobreza do mundo, porque para Ele e sua família, não encontrou lugar na hospedaria do coração humano.
Por isso, encontra abrigo e proteção num estábulo e é deitado numa manjedoura para animais.
E todavia, a partir deste nada surge a luz da glória de Deus. A partir daqui, cura os homens de corações simples, começa a ser o caminho da verdadeira libertação e do resgate perene de toda humanidade.

Desde Menino, são gravados em seu rosto os traços da liberdade, da misericórdia, da piedade e do amor, assim nos ensina Paulo.

E em todos nós, seus discípulos, deve reinar a vontade de denunciar a impiedade e a riqueza do mundo, para viver a solidariedade, a justiça e a piedade.
Numa sociedade frequentemente embriagada de corrupção, de consumo e de prazer, de desobediência e luxo, de aparência e narcisismo Ele nos chama a viver diferente.
Viver um comportamento sóbrio, isto é, simples, equilibrado, linear, capaz de no individual ou em comunidade poder viver o essencial.
Num mundo que demasiadamente, às vezes é duro com o pecador e brando com o pecado, há a necessidade de cultivar um forte sentido de justiça, de misericórdia, de perdão e de buscar e por em prática a vontade de Deus.

No seio de uma cultura de indiferença, de preconceitos o nosso estilo de vida seja ainda mais repleto de amor, piedade, compreensão, fidelidade, compaixão e misericórdia extraída diariamente da prática da oração.

Assim, como os pastores de Belém, possam também os nossos olhos encher-se de espanto e maravilha, contemplando no Menino Jesus o Filho Deus.
E diante Dele, brote de nossos corações a invocação:
“Mostra-nos Senhor, a tua misericórdia, concede-nos a tua salvação e nos ajude a viver com simplicidade, despojamento e alegria.

Por: Padre Eberson. 

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Vigário Paroquial da cidade de Carinhanha – Bahia, Paróquia São José; Diocese de Bom Jesus da Lapa
Homilia da Missa da Vigília de Natal

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