Liturgia Diária

A comunhão com Deus nos ensina viver a fé

Por isso, para entender a vida a comunhão com Deus se faz necessária.

A comunhão com o Pai torna-se penhor de vida eterna.

Liturgia do Dia 10 de Novembro – Domingo
XXXII SEMANA DO TEMPO COMUM
Antífona de Entrada
Chegue até vós a minha súplica; inclinai vosso ouvido à minha prece (Sl 87,3).

Oração do dia
Deus de poder e misericórdia, afastai de nós todo obstáculo para que, inteiramente disponíveis, nos dediquemos ao vosso serviço. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Com a esperança de que Deus nos ressuscite

Leitura (2 Macabeus 7,1-2.9-14)
Leitura do livro dos Macabeus.

Havia também sete irmãos que foram um dia presos com sua mãe, e que o rei por meio de golpes de azorrage e de nervos de boi, quis coagir a comerem a proibida carne de porco.
Um dentre eles tomou a palavra e falou assim em nome de todos. Que nos pretendes perguntar e saber de nós?
Estamos prontos a morrer antes de violar as leis de nossos pais.
Prestes a dar o último suspiro, disse ele: Maldito, tu nos arrebatas a vida presente, mas o Rei do universo nos ressuscitará para a vida eterna, se morrermos por fidelidade às suas leis.
Após este, torturaram o terceiro. Reclamada a língua, ele a apresentou logo, e estendeu as mãos corajosamente.

Pronunciou em seguida estas nobres palavras: Do céu recebi estes membros, mas eu os desprezo por amor às suas leis, e dele espero recebê-los um dia de novo.
O próprio rei e os que o rodeavam ficaram admirados com o heroísmo desse jovem, que reputava por nada os sofrimentos.
Morto este, aplicaram os mesmos suplícios ao quarto, e este disse, quando estava a ponto de expirar:
É uma sorte desejável perecer pela mão humana com a esperança de que Deus nos ressuscite; mas, para ti, certamente não haverá ressurreição para a vida.
Palavra do Senhor.

Ó Senhor, ouvi a minha justa causa

Salmo Responsorial 16/17
Ao despertar, me saciará vossa presença
e verei a vossa face!

Ó Senhor, ouvi a minha justa causa,
Escutai-me e atendei o meu clamor!
Inclinai o vosso ouvido à minha prece,
Pois não existe falsidade nos meus lábios!

Os meus passos eu firmei na vossa estrada,
e por isso os meus pés não vacilaram.
Eu vos chamo, ó meu Deus, porque me ouvis,
inclinai o vosso ouvido e escutai-me!

Protegei-me qual dos olhos a pupila
e guardai-me à proteção de vossas asas.
Mas eu verei, justificado, a vossa face
e, ao despertar, me saciará vossa presença.

Mas o Senhor é fiel, e ele há de vos dar forças para buscarmos mais a comunhão de fé.

Leitura (2 Tessalonicenses 2,16-3,5)
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Tessalonicenses.

Nosso Senhor Jesus Cristo e Deus, nosso Pai, que nos amou e nos deu consolação eterna e boa esperança pela sua graça, consolem os vossos corações e os confirmem para toda boa obra e palavra!
Por fim, irmãos, orai por nós, para que a palavra do Senhor se propague e seja estimada, tal como acontece entre vós, e para que sejamos livres dos homens perversos e maus; porque nem todos possuem a fé.
Mas o Senhor é fiel, e ele há de vos dar forças e vos preservar do mal.
Quanto a vós, temos plena certeza no Senhor de que estareis cumprindo e continuareis a cumprir o que vos prescrevemos.
Que o Senhor dirija os vossos corações para o amor de Deus e a paciência de Cristo.
Palavra do Senhor.

Jesus Cristo é o primogênito dos mortos; a ele a glória e o domínio para sempre! (Ap 1,5s).

Evangelho (Lucas 20,27-38 ou 27.34-38)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.

Naquele tempo, alguns saduceus – que negam a ressurreição – aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe:
“Mestre, Moisés prescreveu-nos: Se alguém morrer e deixar mulher, mas não deixar filhos, case-se com ela o irmão dele, e dê descendência a seu irmão.
Ora, havia sete irmãos, o primeiro dos quais tomou uma mulher, mas morreu sem filhos.
Casou-se com ela o segundo, mas também ele morreu sem filhos.
Casou-se depois com ela o terceiro. E assim sucessivamente todos os sete, que morreram sem deixar filhos.

Por fim, morreu também a mulher.

Na ressurreição, de qual deles será a mulher? Porque os sete a tiveram por mulher”.
Jesus respondeu: “Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento, mas os que serão julgados dignos do século futuro e da ressurreição dos mortos não terão mulher nem marido.
Eles jamais poderão morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, porque são ressuscitados.

Por outra parte, que os mortos hão de ressuscitar é o que Moisés revelou na passagem da sarça ardente, chamando ao Senhor:
Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó .
Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos; porque todos vivem para ele”.
Palavra da Salvação.

A vida de fé nos motiva a viver a comunhão que supera a morte

Primordialmente, vemos que ao questionar Jesus, os saduceus tinham a intenção de ridicularizar os fariseus, cuja fé na ressurreição dos mortos era bem conhecida, por ser uma crença propagada nos meios populares.
Dessa forma, os saduceus queriam também conhecer a posição de Jesus, para saber de que lado se posicionava.

O ponto de partida da pergunta foi uma história um tanto grotesca, fundada numa teologia mal-enfocada.

Supunha-se, erroneamente, que a ressurreição fosse a continuação pura e simples da vida terrena.
Assim como, que a humanidade está envolvida por um determinismo cruel, estando todos os seres humanos fadados a idêntico destino eterno.
Bem como, que a morte supera a vida, pois é para o sheol, lugar de trevas e sombra, que caminham todas as pessoas.

E por fim, que Deus não tem o poder de interferir no destino eterno delas.

Diante disso, Jesus responde, estabelecendo uma distinção entre “este mundo” e o “outro mundo”.
Dessa maneira, o erro dos saduceus consiste em confundi-los.
O ser humano está destinado a viver neste mundo, sem perder de vista o outro.

Assim, sendo Deus o Senhor da vida, pode doá-la tanto neste mundo quanto no outro.

Entretanto, no mundo vindouro, a vida será vida plena, sem as limitações da vida terrena.
Cessam, aí, as preocupações terrenas, como casar-se e dar-se em casamento, e desaparece, também, as ameaças da morte.
A comunhão com o Pai torna-se penhor de vida eterna.
E a morte dá início, neste caso, a uma explosão de vida.

Oração
Espírito vivificador, que a esperança na ressurreição dos mortos me faça viver neste mundo, sem perder de vista que meu destino é a vida plena, na comunhão com o Pai.