Liturgia Diária

Salvação, caminho difícil, mas realidade possível

Por isso, Jesus nos convida a construir e viver a salvação desde já.

Pois para vivermos a salvação é preciso fazermos a vontade de Deus.

Liturgia do Dia 19 de Agosto – Segunda-feira
XX SEMANA DO TEMPO COMUM
Antífona de Entrada
Ó Deus, nosso protetor, volvei para nós o vosso olhar e contemplai a face do vosso ungido, porque um dia em vosso templo vale mais que outros mil (Sl 83,10s).

Oração do dia
Ó Deus, preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas, que superem todo desejo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (Juízes 2,11-19)
Leitura do livro dos Juízes.

Os israelitas fizeram então o mal aos olhos do Senhor e serviram os Baal.
Abandonaram o Senhor, o Deus de seus pais, que os tinha tirado do Egito, e seguiram outros deuses, os dos povos que habitavam em torno deles; prostraram-se diante deles, excitando assim a cólera do Senhor.

Abandonaram o Senhor para servirem Baal e Astarot.

A cólera do Senhor inflamou-se contra Israel, e ele entregou-os nas mãos de piratas, que os despojaram, e vendeu-os aos inimigos dos arredores, de sorte que não puderam mais resistir-lhes.

Para onde quer que fossem, a mão do Senhor estava contra eles para fazer-lhes mal, como o Senhor lhes tinha dito e jurado, e viram-se em grande aflição.

(Entretanto) o Senhor suscitava-lhes juízes que os livraram das mãos dos opressores, mas nem mesmo os seus juízes ouviam e continuavam prostituindo-se a outros deuses, adorando-os.

Abandonaram depressa o caminho que tinham seguido seus pais, na obediência aos mandamentos do Senhor, e não os imitaram.

Ora, quando o Senhor suscitava juízes, ele estava com o juiz para livrá-los de seus inimigos enquanto vivesse o juiz: o Senhor compadecia-se dos gemidos que soltavam diante de seus inimigos e de seus opressores.

Mas, depois que o juiz morria, corrompiam-se e se tornavam ainda piores do que seus pais, seguindo outros deuses, servindo-os e adorando-os; e não renunciavam aos seus crimes e à sua obstinação.
Palavra do Senhor.

Mas o Senhor tinha piedade do seu povo quando ouvia o seu grito na aflição.

Salmo Responsorial 105/106
Lembrai-vos de nós, ó Senhor,
segundo o amor para com vosso povo!

Não quiseram suprimir aqueles povos
que o Senhor tinha mandado exterminar;
misturaram-se, então, com os pagãos
e aprenderam seus costumes depravados.

Aos ídolos pagãos prestaram culto,
que se tornaram armadilha para eles;
pois imolaram até mesmo os próprios filhos,
sacrificaram suas filhas aos demônios.

Contaminaram-se com suas próprias obras,
prostituíram-se em crimes incontáveis.
Acendeu-se a ira de Deus contra o seu povo,
e o Senhor abominou a sua herança.

Quantas vezes o Senhor os libertou!
Eles, porém, por malvadez o provocavam.
Mas o Senhor tinha piedade do seu povo
quando ouvia o seu grito na aflição.

Felizes os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus (Mt 5,3).

Evangelho (Mateus 19,16-22)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.

Um jovem aproximou-se de Jesus e lhe perguntou:
“Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna?” Disse-lhe Jesus:
“Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”.

“Quais?”, perguntou ele. Jesus respondeu: “Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho,
honra teu pai e tua mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo”.

Disse-lhe o jovem: “Tenho observado tudo isto desde a minha infância.

Que me falta ainda?”
Respondeu Jesus: “Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!”

Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens. Palavra da Salvação.

Salvação, um caminho difícil, mas uma realidade possível

Nesta semana que se inicia, vemos que Jesus nos convida a repensar como verdadeiramente temos buscado construir e viver a salvação desde já.

Dessa maneira, vemos que a pergunta apresentada a Jesus pelo jovem reflete uma tendência do farisaísmo, a de praticar a virtude visando apenas obter a salvação.

Esses fariseus por sua vez, eram calculistas, sempre preocupados em acumular méritos diante de Deus.

Assim, tendo feito tudo quanto estava a seu alcance, interessava ao jovem saber o que poderia ainda fazer de bom para alcançar a vida eterna.

Pois, na qualidade de Messias, talvez Jesus pudesse indicar-lhe obras que rendessem méritos de valor muito maior.

O Mestre, porém, tentou corrigir este modo de pensar.


Afinal, não se alcança a vida eterna pela prática de coisas boas (“O que devo fazer de bom?”), submetendo-se a um código de regras precisas de comportamento e sim, pela relação com uma pessoa (“Um só é Bom!”), entendendo-se, com isso, tanto Jesus quanto o Pai.

Diante disso, o que é bom deve ser praticado por corresponder à vontade daquele que é Bom.

Sendo assim, sem esta obediência, os atos de virtude ficam desprovidos de valor.

Assim, buscando a salvação de forma errada, o jovem é confrontado com a proposta de passar da prática mecânica dos mandamentos para um tipo de relação capaz de transformar-lhe a vida.

Por isso, faz-se necessário desfazer-se de tudo e dar aos pobres o valor correspondente para, em seguida, tornar-se seguidor de Jesus.

Contudo, se o jovem não fosse tão apegado a seus bens, teria tido a chance de experimentar a alegria de conhecer, em profundidade, a

Oração
Pai, quero estar sempre em comunhão contigo, pois só tu és Bom. Que eu possa, assim, conhecer a tua vontade e colocá-la em prática, pois este é o caminho da salvação.