Liturgia Diária

Misericórdia do Pai celeste ao nosso alcance

Assim, os Boa Nova nos mostra o quanto o Pai do céu usa de extrema e infinita misericórdia.

Por isso, aprendamos a cada dia mais rezar e viver a misericórdia divina a exemplo de Jesus Cristo.

Liturgia do Dia 28 de Julho – Domingo
XVII DOMINGO DO TEMO COMUM
Antífona de Entrada
Deus habita em seu templo santo, reúne seus filhos em sua casa; é ele que dá força e poder a seu povo (Sl 67,6s.36)

Oração do dia
Ó Deus, sois o amparo dos que em vós esperam e, sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo; redobrai de amor para conosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (Gênesis 18,20-32)
Leitura do livro do Gênesis.

O Senhor ajuntou: “É imenso o clamor que se eleva de Sodoma e Gomorra, e o seu pecado é muito grande.

Eu vou descer para ver se as suas obras correspondem realmente ao clamor que chega até mim; se assim não for, eu o saberei.”

Os homens partiram, pois, na direção de Sodoma, enquanto Abraão ficou em presença do Senhor.
Abraão aproximou-se e disse: “Fareis o justo perecer com o ímpio?


Talvez haja cinqüenta justos na cidade: fá-los-eis perecer?

Não perdoaríeis antes a cidade, em atenção aos cinqüenta justos que nela se poderiam encontrar?
Não, vós não poderíeis agir assim, matando o justo com o ímpio, e tratando o justo como ímpio!
Longe de vós tal pensamento! Não exerceria o juiz de toda a terra a justiça?”

O Senhor disse: “Se eu encontrar em Sodoma cinqüenta justos, perdoarei a toda a cidade em atenção a eles.”
Abraão continuou: “Não leveis a mal, se ainda ouso falar ao meu Senhor, embora seja eu pó e cinza.

Se porventura faltarem cinco aos cinqüenta justos, fareis perecer toda a cidade por causa desses cincos?”
“Não a destruirei, respondeu o Senhor, se nela eu encontrar quarenta e cinco justos.”

Abraão insistiu ainda e disse: “Talvez só haja aí quarenta.” “Não destruirei a cidade por causa desses quarenta.”

Abraão disse de novo: “Rogo-vos, Senhor, que não vos irriteis se eu insisto ainda!
Talvez só se encontrem trinta!” “Se eu encontrar trinta, disse o Senhor, não o farei.”

Abraão continuou: “Desculpai, se ouso ainda falar ao Senhor: pode ser que só se encontre vinte.” “Em atenção aos vinte, não a destruirei.”

Abraão replicou: “Que o Senhor não se irrite se falo ainda uma última vez! Que será, se lá forem achados dez?” E Deus respondeu: “Não a destruirei por causa desses dez.”
Palavra do Senhor.

Eu agradeço vosso amor, vossa verdade, porque fizestes muito mais que prometestes;

Salmo Responsorial 137/138
Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!

Ó Senhor, de coração eu vos dou graças
porque ouvistes as palavras dos meus lábios!
Perante os vossos anjos vou cantar-vos
e ante o vosso templo vou prostrar-me.

Eu agradeço vosso amor, vossa verdade,
porque fizestes muito mais que prometestes;
naquele dia em que gritei, vós me escutastes
e aumentastes o vigor da minha alma.

Altíssimo é o Senhor, mas olha os pobres
e de longe reconhece os orgulhosos.
Se no meio da desgraça eu caminhar,
vós me fazeis tornar à vida novamente;
quando os meus perseguidores me atacarem
e com ira investirem contra mim,
estendereis o vosso braço em meu auxílio
e havereis de me salvar com vossa destra.

Completai em mim a obra começada;
ó Senhor, vossa bondade é para sempre!
Eu vos peço: não deixeis inacabada
esta obra que fizeram vossas mãos!

É ele que nos perdoou todos os pecados

Leitura (Colossenses 2,12-14)
Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses.

Sepultados com ele no batismo, com ele também ressuscitastes por vossa fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos.

Mortos pelos vossos pecados e pela incircuncisão da vossa carne, chamou-vos novamente à vida em companhia com ele.

É ele que nos perdoou todos os pecados, cancelando o documento escrito contra nós, cujas prescrições nos condenavam.
Aboliu-o definitivamente, ao encravá-lo na cruz.
Palavra do Senhor.

Recebestes o Espírito de adoção; é por ele que clamamos: Aba, Pai! (Rm 8,15)

Evangelho (Lucas 11,1-13)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas

Um dia, num certo lugar, estava Jesus a rezar.
Terminando a oração, disse-lhe um de seus discípulos: “Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos”.

Disse-lhes ele, então: “Quando orardes, dizei:
Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso Reino; dai-nos hoje o pão necessário ao nosso sustento;

perdoai-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos àqueles que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação”.

Em seguida, ele continuou: Se alguém de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser:

“Amigo, empresta-me três pães, pois um amigo meu acaba de chegar à minha casa, de uma viagem, e não tenho nada para lhe oferecer;
e se ele responder lá de dentro:


“Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos”.

‘Não me incomodes; a porta já está fechada, meus filhos e eu estamos deitados; não posso levantar-me para te dar os pães’;eu vos digo: no caso de não se levantar para lhe dar os pães por ser seu

amigo, certamente por causa da sua importunação se levantará e lhe dará quantos pães necessitar.
E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.

Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, se lhe abrirá.
Se um filho pedir um pão, qual o pai entre vós que lhe dará uma pedra?
Se ele pedir um peixe, acaso lhe dará uma serpente?

Ou se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á porventura um escorpião?
Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem”.
Palavra da Salvação.

Portanto, somente um coração misericordioso, à imitação do Pai, poderá nutrir tais desejos!

Primordialmente, na liturgia deste XVII DOMINGO DO TEMO COMUM, as leitura nos mostram o quanto o Pai do céu usa de extrema e infinita misericórdia para com toda criatura viva e em especial a criatura humana.

Dessa maneira, vemos e sentimo o traço mais característico do Pai, transmitido nos Evangelhos, que é a misericórdia.
Por isso, ao ensinar os discípulos a rezar, Jesus revela-lhes o rosto misericordioso do Pai, e os exorta a contar sempre com ele.

Além disso, Abraão e Jesus nos sinalizam um dado fundamental: é preciso ser perseverante, quando se trata de recorrer ao Pai.
Afinal, só ele conhece o momento oportuno de atender a quem lhe pede ajuda. Contudo, ninguém perde por esperar.

Assim, a argumentação de Jesus funda-se na insuperável misericórdia divina.

Pois, se nenhum pai humano, por pior que seja, responderia à súplica de um filho, dando-lhe algo nocivo, quanto mais o Pai celeste.
Diante disso, vemos que a sua bondade infinita responde generosamente a quem lhe suplica.

E assim, ninguém fica decepcionado, pois é garantida a sua intervenção em favor de seus filhos.
Dessa forma, a oração do Pai-Nosso é o resumo de tudo de que há de bom e que o discípulo pode desejar obter do Pai.

Para rezá-lo, o orante deverá despojar-se de suas ambições pessoais e sintonizar-se com a misericórdia divina.

Por isso, seu desejo é ver santificado o nome do Pai celeste, e concretizado seu Reino, na história humana.

Seus anseios abrem-se para as relações interpessoais e se manifestam na esperança de ver o pão ser partilhado entre todos, os pecados, perdoados, e o ser humano, livre das insídias do Maligno.
Portanto, somente um coração misericordioso, à imitação do Pai, poderá nutrir tais desejos!

Oração
Espírito que despoja do egoísmo, sintoniza-me com a misericórdia do Pai, tirando de mim tudo quanto me fecha nos estreitos limites de minhas ambições pessoais.