Liturgia Diária

Tesouro imperecível a partir de nossa fé

Nesse sentido, eis na liturgia de hoje, a parábola do tesouro imperecível, ou do tesouro celeste.

Por isso, devemos cada dia buscar construir, desde já, um tesouro imperecível.

Assim sendo, eis como devemos vivenciar a nossa fé.

Oração do dia
Ó Deus, fonte dos dons celestes, reunistes no jovem Luís Gonzaga a prática da penitência e a admirável pureza de vida. Concedei-nos, por seus méritos e preces, imitá-lo na penitência, se não o seguimos na inocência. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (2 Coríntios 11,18.21-30)

Irmãos, porque muitos se gloriam segundo a carne, também eu me gloriarei.

Sinto vergonha de o dizer; temos mostrado demasiada fraqueza. Entretanto, de tudo aquilo de que outrem se ufana (falo como um insensato), disto também eu me ufano.

São hebreus? Também eu. São israelitas? Também eu.
São ministros de Cristo? Falo como menos sábio: eu, ainda mais.

Muito mais pelos trabalhos, muito mais pelos cárceres, pelos açoites sem medida. Muitas vezes vi a morte de perto.
Cinco vezes recebi dos judeus os quarenta açoites menos um.

Três vezes fui flagelado com varas. Uma vez apedrejado.
Três vezes naufraguei, uma noite e um dia passei no abismo.

Viagens sem conta, exposto a perigos nos rios, perigos de salteadores, perigos da parte de meus concidadãos, perigos da parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos entre falsos irmãos!

Trabalhos e fadigas, repetidas vigílias, com fome e sede, freqüentes jejuns, frio e nudez!

Além de outras coisas, a minha preocupação cotidiana, a solicitude por todas as igrejas!

Quem é fraco, que eu não seja fraco? Quem sofre escândalo, que eu não me consuma de dor?
Se for preciso que a gente se glorie, eu me gloriarei na minha fraqueza.
Palavra do Senhor.

Dessa forma, bendirei o Senhor Deus em todo o tempo

Salmo Responsorial 33/34
O Senhor liberta os justos de todas as angustias!

Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,
seu louvor estará sempre em minha boca.
Minha alma se gloria no Senhor;
que ouçam os humildes e se alegrem!

Comigo engrandecei ao Senhor Deus,
exaltemos todos juntos o seu nome!
Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu
e de todos os temores me livrou.

Contemplai a sua face e alegrai-vos,
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido,
e o Senhor o libertou de toda angústia.

Assim sendo, “felizes os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” .

Evangelho (Mateus 6,19-23)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
“Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam.

Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam.

Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração.
O olho é a luz do corpo. Se teu olho é são, todo o teu corpo será iluminado.

Se teu olho estiver em mau estado, todo o teu corpo estará nas trevas.
Se a luz que está em ti são trevas, quão espessas deverão ser as trevas!”
Palavra da Salvação.

Dessa forma, o discípulo do Reino ajunta um tesouro no céu, mediante suas boas obras.

Hoje a liturgia nos motiva que devemos cada dia mais buscar construir, desde já, um tesouro imperecível a partir de nossa fé.
Nesse sentido, a parábola do tesouro imperecível está estruturada numa ideia presente no judaísmo, segundo a qual existe um tesouro celeste, não sujeito à corrupção.

Assim, imaginava-se que as boas obras acumulavam crédito, a ser resgatado no dia do juízo final.

Por isso, no antigo testamento, o velho Tobias aconselhou seu filho a dar esmolas, segundo suas posses.

Na abundância, deveria ser generoso com os pobres. Na carência, deveria partilhar do seu pouco.

Dessa forma, a motivação dada era a seguinte: “Assim acumulas em teu favor um precioso tesouro para o dia da necessidade”.

O discípulo do Reino ajunta um tesouro no céu, mediante suas boas obras.

Assim sendo, no contexto do Sermão da Montanha, estas correspondem ao conjunto de atitudes e comportamentos compatíveis com os ensinamentos precedentes – Bem-aventuranças e Antíteses -, e com o que seguirá.


Dessa forma, a motivação é viver a missão de fé unidos a Cristo.

O discípulo encontra, neste Sermão, as pautas de ação correspondentes à vontade do Pai, para as quais está reservada a devida recompensa.

Por isso, deixar-se guiar por outros parâmetros é pura insensatez. Seria semelhante a ajuntar tesouros efêmeros, fáceis de serem destruídos e roubados.

Portanto, o mais sensato é optar pelos ensinamentos de Jesus e deixar-se guiar por eles, pois são portadores de recompensa e podem garantir a vida eterna, junto do Pai.
Fora das palavras de Jesus, só existe frustração. Diante disso, continuemos sempre em comunhão o projeto do Reino. Pois, somente em Cristo conseguiremos evoluir no amadurecimento de fé.

Oração
Espírito de discernimento, que eu não me engane, ajuntando tesouros na Terra, quando só os do Céu podem garantir a vida eterna, junto do Pai.