Liturgia Diária

A capacidade de saber perdoar nos identifica como cristãos

A capacidade de saber perdoar nos identifica também como cristãos.

Não te digo perdoar até sete vezes, mas até setenta vezes sete.

Por isso, assim como o Pai nos perdoa…

1ª Leitura – Ez 12,1-12

Prepara para ti uma bagagem de exilado,
em pleno dia, à vista deles.

1A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 2’Filho do homem, estás morando no meio de um povo rebelde.Eles têm olhos para ver e não vêem,
ouvidos para ouvir e não ouvem, pois são um povo rebelde.

3Quanto a ti, Filho do homem, prepara para ti uma bagagem de exilado,
em pleno dia, à vista deles. Emigrarás do lugar onde estás,
à vista deles, para outro lugar. Talvez percebam que são um povo rebelde.

4Deverás tirar a bagagem em pleno dia, à vista deles, como se fosse a bagagem de um exilado. Mas deverás sair à tarde, à vista deles, como quem vai para o exílio.

É preciso saber perdoar

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5É vista deles deverás cavar para ti um buraco no muro, pelo qual sairás;
6deverás carregar a bagagem nas costas e retirá-la no escuro. Deverás cobrir a face para não ver o país, pois eu fiz de ti um sinal para a casa de Israel’.
7Eu fiz assim como me foi ordenado. Tirei a bagagem durante o dia,
como se fosse a bagagem de exilado; à tarde, abri com a mão um buraco no muro.
Saí ao escuro, carregando a bagagem às costas, diante deles.

Perdoar também é nossa missão

8De manhã, a palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
9’Filho do homem, não te perguntaram os da casa de Israel, essa gente rebelde,
o que estavas fazendo? 10Dize-lhes: Assim fala o Senhor Deus:
Este oráculo refere-se ao príncipe de Jerusalém e a toda a casa de Israel que está na cidade. 11Dize: Eu sou um sinal para vós.

Assim como eu fiz, assim será feito com eles: irão cativos para o exílio.
12O príncipe que está no meio deles levará a bagagem às costas e sairá ao escuro.
Farão no muro um buraco para sair por ele. O príncipe cobrirá o rosto
para não ver com seus olhos o país.
Palavra do Senhor.

 

Salmo – Sl 77,56-57. 58-59. 61-62 (R. Cf.7c)
R. Das obras do Senhor não se esqueçam.

56Mesmo assim, eles tentaram o Altíssimo,
recusando-se a guardar os seus preceitos.
57Como seus pais, se transviaram, e o traíram
como um arco enganador que volta atrás;R.

 

58irritaram-no com seus lugares altos,
provocaram-lhe o ciúme com seus ídolos.
59Deus ouviu e enfureceu-se contra eles,
e repeliu com violência a Israel.R.

 

61Entregou a sua arca ao cativeiro,
e às mãos do inimigo a sua glória;
62fez perecer seu povo eleito pela espada,
e contra a sua herança enfureceu-se.R.

Evangelho – Mt 18,21-19,1

Naquele tempo:
21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: ‘Senhor, quantas vezes devo perdoar,
se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?’ 22Jesus respondeu:
‘Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados.

Portanto, praticar a arte de perdoar

24Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna.
25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía,
para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caíu aos pés do patrão,
e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo! e eu te pagarei tudo’. 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida.

Aprender a perdoar

28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros
que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo:
‘Paga o que me deves’. 29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava:
‘Dá-me um prazo! e eu te pagarei’. 30Mas o empregado não quis saber disso.
Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia.

Conforme o Pai devemos perdoar de coração ao nosso irmão(a)

31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes,
procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse:
‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste.
33Não devias tu também, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’

34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores,
até que pagasse toda a sua dívida.
35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco,
se cada um não perdoar de coração ao seu irmão.’
19,1Ao terminar estes discursos,
Jesus deixou a Galiléia
e veio para o território da Judéia além do Jordão.
Palavra da Salvação

Convidados a exercer a arte de perdoar

Segundo a liturgia de hoje, somos convidados a exercer a arte de perdoar.
Assim, Jesus nos mostra, através do exemplo de Pedro, que a capacidade de saber perdoar nos identifica também como cristãos.
Dessa maneira, somos convidados a viver o perdão sem limites numéricos.
Acrescenta-se ainda, que se sentimos o perdão vindo do Pai do céu saberemos aprender a perdoar cada dia mais.

Assim, de acordo a nossa fé, Deus enquanto Pai misericordioso, sempre nos possibilitará viver seu amor e perdão ilimitado.
Por isso, assim como o Pai nos perdoa constantemente, precisamos também exercer a arte do perdão sem medidas.
É preciso pois, vivermos a arte do perdão, reconhecendo que também somos pecadores.

É preciso portanto, praticar a arte de perdoar, mesmo que seja preciso várias tentativas e assim vencermos também nossas muitas dificuldades em dar o perdão a quem nos perdoou e ou quem não o fez.