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Renúncia de papa não deve ‘virar moda’, diz Francisco

Em entrevista, o pontífice garantiu que sua renúncia não está “na [sua] agenda no momento”
Papa Francisco antes de sua audiência semanal, em 15 de fevereiro de 2023, no Hall Paulo VI, no Vaticano

Papa Francisco antes de sua audiência semanal, em 15 de fevereiro de 2023, no Hall Paulo VI, no Vaticano | Vincenzo PINTO/AFP

A renúncia de um papa não deve “virar algo assim como uma moda”, disse o papa Francisco em uma entrevista publicada nesta quinta-feira (16), na qual garantiu que sua renúncia não está “na [sua] agenda no momento”.

Em uma entrevista a 82 jesuítas congoleses publicada hoje pela revista La Civiltà Cattolica, o papa argentino confirmou que escreveu uma carta de renúncia dois meses depois de ter sido eleito, em março de 2013.

“Fiz isso para o caso de ter algum problema de saúde que me impeça de exercer meu ministério e não esteja plenamente consciente para renunciar”, explicou.

“No entanto, isso não significa, de forma alguma, que a renúncia dos papas deva virar algo como uma ‘moda’, algo normal”, esclareceu Francisco durante a entrevista, concedida em 2 de fevereiro durante sua visita a Kinshasa.

“Bento [XVI] teve a coragem de fazê-lo, porque não queria seguir adiante por causa de sua saúde. Isso não está na minha agenda no momento. Acredito que o ministério do Papa é ad vitam. Não vejo qualquer razão para que não seja assim?, acrescentou, ressaltando que ?a tradição histórica é importante?.

“Se, pelo contrário, déssemos ouvidos às ‘fofocas’, então deveríamos mudar de papa a cada seis meses!”, acrescentou, em alusão a algumas críticas à sua gestão.

Nos últimos meses, aumentaram os rumores sobre uma possível renúncia de Jorge Bergoglio, de 86 anos, que se desloca em uma cadeira de rodas.

O sumo pontífice, que completará dez anos no cargo no próximo mês, havia deixado até agora “a porta aberta” para uma renúncia como a de seu antecessor, Bento XVI, que causou grande surpresa.

AFP

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