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Clero da Georgia teria sido espionado ilegalmente pelo serviço de inteligência do país

Clero da Georgia teria sido espionado ilegalmente pelo serviço de inteligência do país

Após vazamento de documentos, Procuradoria Geral abre investigação

O patriarca da Igreja Ortodoxa Georgiana, Elias II, durante a celebração de Páscoa na Catedral de Sameba, em Tbilisi, em 12 de abril de 2020

O patriarca da Igreja Ortodoxa Georgiana, Elias II, durante a celebração de Páscoa na Catedral de Sameba, em Tbilisi, em 12 de abril de 2020 (Vano Shlamov/AFP)

A Procuradoria Geral da Geórgia anunciou nesta terça-feira (14) a abertura de uma investigação após o vazamento de documentos que revelam que o serviço de inteligência espionou membros da Igreja Ortodoxa do país situado na região do Cáucaso.

Ontem (13), mais de 35 mil supostos documentos do serviço de inteligência da Geórgia foram vazados para diversos veículos de imprensa e permaneceram acessíveis durante várias horas através de um website.

Os documentos continham informações confidenciais sobre integrantes da Igreja Ortodoxa e se concentravam em seus vínculos com a Rússia, círculos de negócios e suas vidas privadas, de acordo com a emissora independente Pirveli TV.

Segundo a Procuradoria Geral, a investigação foi aberta com base nas informações veiculadas na imprensa, por “violação do sigilo de correspondência”.

O serviço de inteligência da Geórgia, por outro lado, disse estar disposto a “colaborar estreitamente em cada etapa da investigação”, mas não confirmou nem negou a autenticidade dos documentos.

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Já o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Garibashvili, denunciou o vazamento, que tachou de “provocação suja contra os serviços de segurança” do país.

Diversos jornalistas e políticos confirmaram que o material continha transcrições de suas conversas telefônicas e interações nas redes sociais com o alto escalão do clero.

Inclusive, a apresentadora Eka Kvesitadze, da emissora pró-oposição Mtavari TV, mostrou um dos documentos que revela o conteúdo das conversas que ela manteve com um bispo.

Segundo a Mtavari TV, um agente do serviço secreto georgiano que se suicidou há dois meses fazia parte do grupo que organizou o suposto vazamento.

Em um passado recente, o partido governante, Sonho Georgiano, já foi acusado de espionar ilegalmente seus opositores políticos, além de ativistas e jornalistas.

AFP